Chiabotto: "Nunca com um jogador de futebol, não sou o tipo deles. E as cenas fora das câmeras com Del Piero no comercial..."

O dia 19 de setembro marcará 21 anos de seu triunfo no Miss Itália. "Mas agora me sinto melhor no espelho. Quando me olho, vejo uma mulher realizada, não mais uma jovem." Cristina Chiabotto completa 39 anos na metade do mês — no dia 15 —, mas é como se já tivesse vivido duas vidas. "O conto de fadas do Miss Itália continua sendo parte de mim", diz a dançarina de Turim, "mas agora sou esposa e mãe de duas lindas meninas, Luce e Sofia. Graças a elas, me sinto diferente e melhor."
Você gostaria que uma de suas duas filhas — ou ambas — ganhassem o Miss Itália como você fez em 2004?
Talvez não... O que vivi foi raro, e não sei como será este mundo daqui a alguns anos. O importante é que eles ouçam os seus sonhos. Quando criança, eu me imaginava cabeleireira, mas mudei de ideia mil vezes. Quando cresci, porém, meu sonho era ser psicóloga ou criminologista. Meu conto de fadas foi uma surpresa transformadora. E então...
Quando ganhei o Miss Itália, as redes sociais não existiam. Eu trabalho com elas, mas também podem ser perigosas e dolorosas. Como mãe, quero evitar que minhas filhas sofram com comentários ou julgamentos negativos. Quando publico fotos da minha casa e da minha família, sempre cubro o rosto das meninas. Muitos me criticam por isso: não faço isso por delírios de grandeza, como uma família real, mas para protegê-las. Gosto do Instagram, mas não sou viciada.
Eventos, comerciais, programas de televisão e jogos em estádios: quantos jogadores de futebol a cortejaram nesses 21 anos?
Conheci muitas, mas não namorei nenhuma. Há garotas que adoram certas investidas, e certamente não sou eu quem as julga. Sempre usei o "filtro Savoy", uma forma de defesa e distanciamento. Nem me considero a típica jogadora de futebol: geralmente, elas se sentem mais atraídas por dançarinas do que pela Miss Itália. Nunca sonhei em ter um namorado jogador de futebol. Aliás, acabei me casando com o Marco, que é empreendedor, e só joguei pela Juventus quando criança...
Como seu marido Marco conquistou você?
Graças à Juve, outra paixão da minha vida. Nos conhecemos nas arquibancadas do estádio e nos apaixonamos, trocando uma música por dia: temos a melhor playlist de todos os tempos (risos). Andrea Agnelli, amigo de nós dois, ainda brinca que nos casamos em parte graças a ele. Marco é um torcedor verdadeiro e apaixonado: ainda vamos ao estádio juntos com frequência.
Você se lembra de Del Piero, seu companheiro de viagem por anos nos comerciais de água parada?
Lembro-me dos momentos fora das câmeras, no set. Nos divertimos e compartilhamos nove anos de comerciais. Uma parte linda da minha carreira. Ele nunca me intimidou. Ele também esteve presente em um dos momentos que sempre guardarei na memória: a inauguração do Estádio da Juventus, em 2011. Uma das noites mais emocionantes da minha vida.
Quem é seu jogador favorito da Juventus atualmente?
"Sempre o número 10, Yildiz. Gosto do estilo dele, espero que ele se mantenha equilibrado: a normalidade é necessária, até no futebol."
Entre suas muitas aventuras profissionais, está também o Controcampo em 2008-09.
"Ainda me faz rir quando lembro das brigas entre Maurizio Mosca e Giampiero Mughini. Também conheci muitos treinadores, tanto naquela época quanto hoje."
Qual treinador você mais aprecia?
Marcello Lippi. Sempre determinado, pragmático e carismático, mas também humano e humilde: ele escreveu a história da Juventus e da seleção.
O “filtro Savoy” também funcionou na televisão?
"Sim. É um mundo que você precisa saber navegar. Meu desejo de normalidade me ajudou: sempre que possível, voltava para minha cidade natal, Borgaro Torinese. E sempre saí com meus velhos amigos, os da escola primária salesiana em Turim. Para evitar se meter em situações desagradáveis, você precisa de tudo, até de uma pitada de sorte."
As pessoas mais bonitas que você conheceu na televisão?
Em primeiro lugar, Mago Forest, um homem excepcional. Também tenho boas lembranças de Pablito Rossi: ele era comentarista da Mediaset, e costumávamos nos encontrar no café da manhã. Sempre alegre e engraçado. Pippo Baudo sempre me dizia: 'Grande Chiabotto, mas infelizmente não fui eu que te inventei...'. É uma pena que eu nunca tenha conhecido Raffaella Carrà pessoalmente, minha mulher favorita no mundo do entretenimento.
Se você rebobinar a fita desses 21 anos em velocidade máxima, qual foi a melhor experiência de trabalho?
"Adoro dançar, então raramente me diverti tanto quanto no Dancing with the Stars. A experiência mais emocionante, no entanto, foi no Le Iene. Sou dançarina, mas se me irritam, eu viro... uma hiena."
As pessoas sempre dizem que “altura é metade da beleza”: no seu caso, isso era mais uma vantagem ou uma desvantagem para os homens?
Meus 184 centímetros nunca foram um problema. Aliás, eles até me ajudaram a ganhar o Miss Itália. Só a altura não basta. Felizmente, meu marido é alto; eu só evito saltos de 13 centímetros para não ficar parecendo a Torre de Pisa. Digamos que esse é mais um motivo para manter os pés no chão..."
La Gazzetta dello Sport